DIOCESE DE INHAMBANE
COMISSÃO DIOCESANA DE PASTORAL FAMILIAR
MATERIAL PARA FORMAÇÃO
2024
Um dos objetivos específicos da IV ANP celebrada em maio 2023 era: “A família como o primeiro lugar de anúncio e testemunho da Palavra de Deus”. No artigo 23 explicita que é na família que “se aprende a ouvir e partilhar a Palavra de Deus” e no artigo 24, destaca-se que “é lá que dão o primeiro testemunho da Palavra de Deus”. Também a Assembleia diocesana reiterou a necessidade de reavivar o sentido da Palavra de Deus no processo de renovação da fé e do tecido familiar.
A partir dessa perspectiva, a Comissão diocesana de pastoral familiar decidiu preparar este pequeno instrumento de formação para o ano pastoral 2024. “A Família na bíblia” quer abordar, de forma simples, a figura da ‘família’ na Palavra de Deus e permitir-nos apreciar a beleza com que as Escrituras falam da família e do casamento.
A segunda parte do documento retoma o capítulo quarto da Encíclica do Papa Francisco “Amoris Laetitia”, que comenta o capítulo 13 da Primeira Carta aos Coríntios, o chamado Hino à Caridade. É uma reflexão sugestiva sobre um trecho bíblico que nos fala do amor e da importância da tradução prática desse ensinamento na vida matrimonial e familiar.
Este texto pode ser utilizado para pequenas formações no final das liturgias celebradas nas comunidades ou nas paróquias, ou para um aprofundamento específico, encontro ou retiro.
Esperamos que possa ser um instrumento útil para a formação de todos os agentes pastorais e de todas as pessoas que vivem em família o contexto da Palavra de Deus.
A Comissão diocesana de PF
A Família na Bíblia
A família no Judaísmo é um pilar fundamental para a transmissão de valores e identidade, tendo sido o principal contexto social durante séculos na ausência de um Estado central. É uma estrutura patriarcal, parte de um clã maior ligado por laços de parentesco, em que prevalece a autoridade paterna, mas a mãe também tem um papel importante. A poligamia estava presente, mas limitada, podendo os homens ter escravas como concubinas, sinal de riqueza e poder, embora fosse uma prática acessível a poucos. O divórcio era permitido apenas aos homens, enquanto o adultério era severamente punido para as mulheres casadas, mas menos para os homens.
Ter filhos era considerado uma bênção, enquanto a esterilidade era vista como um castigo divino. Uma prática como a “lei do levirato” exigia que o parente mais próximo da viúva se casasse com ela para garantir a descendência do seu falecido marido.